
Roque Boa Morte (n. Santo Amaro, Bahia) é artista visual, fotógrafo e pesquisador cuja prática investiga as interseções entre imagem, memória e ancestralidades afro-diaspóricas. Nascido no Recôncavo Baiano — território marcado por resistências negras e ricas expressões culturais —, desenvolve obras que entrelaçam arquivos familiares, gestos rituais e visualidades decoloniais, compreendendo a imagem como campo vivo de testemunho e reexistência.
É mestre em Estudos Étnicos e Africanos pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde desenvolveu a pesquisa premiada “Olho por olho: o direito de olhar o Bembé do Mercado como gesto epistemológico de reversão da colonialidade visual no Brasil (2018–2022)”. Também possui formações em História da Arte Africana, curadoria crítica, iconografia da diáspora africana e fotografia, com passagens por instituições como a MAC USP, UFRB e UFBA.
Seus trabalhos foram apresentados em exposições no Brasil, Alemanha, México, Moçambique e Estados Unidos, com destaque para a Haus der Kulturen der Welt (Berlim), Itaú Cultural (São Paulo) e o Museu Afrodigital da Memória Africana e Afro-Diaspórica (Salvador). Entre seus projetos autorais estão “Bembé, A Festa dos Olhos do Rei”, “Como se de Ventre Livre Tivesse Nascido” e “Figas, Mãos Ancestrais”.
Foi agraciado com a Medalha João de Obá (2022) e com o Prêmio Edson Dórea de Fotografia (2022). Atuou como professor substituto na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e tem trajetória ativa em educação patrimonial, cultura e políticas públicas.
Atualmente vive em Nova York, onde colabora com o estúdio Stomping Ground Photo e realiza atividades acadêmicas no Teachers College da Columbia University. Sua produção articula arte e pesquisa, elaborando estratégias visuais e poéticas para confrontar apagamentos históricos e afirmar a vida negra como campo de imaginação radical.
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